Resenha de 'Carnival Row': fadas, faunos e o preconceito

Carnival Row é uma série de fantasia exclusiva da Amazon Prime, a qual retrata um universo fictício baseado em fadas, faunos, magia e o preconceito em relação a esses seres. Acompanhe nesse artigo a resenha que preparamos dela.

Fadas, faunos e o preconceito no universo fantasioso de Carnival Row

Carnival Row: uma série exclusiva da Amazon Prime

Carnival Row busca retratar o que ocorre em uma sociedade conservadora composta por preceitos que dividem os que são de fato cidadãos, que pertencem a sociedade, e aqueles que estão à margem dela. Acontece que enquanto há os cidadãos favorecidos por esse sistema opressor, do outro lado estão criaturas mágicas que não possuem direitos equivalentes. Eles são vistos com maus olhos, mas nem todos aceitam essa discriminação e a partir daí surgem diversos conflitos.

Por serem humilhados constantemente isso favoreceu o surgimento de rebeldes que desejam lutar. Tanto os faunos quanto as fadas passaram a se organizar em seitas destinadas a derrubar esse sistema. Foi violento com um fauno sem um motivo sequer? A organização deles cuida disso. 

No entanto, nem todos os faunos buscam se rebelar contra a sociedade. Agreus Astrayon, por exemplo, deseja fazer parte da burguesia e ser aceito por ela.

Imogen Spurnrose e Agreus Astrayon

Assim sendo, mesmo com o preconceito dos vizinhos quando adquiriu sua casa no Burgo, depois de muitas tentativas ele consegue uma aliança com Imogen Spurnrose, para que ela seja vista com ele em lugares públicos. Em troca disso,  ele ajudaria o irmão de Imogen com dinheiro para um navio, afim de que ele não tenha que por em risco a casa herdada por seu pai para conseguir retomar os negócios que estavam indo mal.

Essa união entre um fauno e uma humana pertencente de uma família tão importante resulta na aproximação dos dois, que logo se envolvem em um romance, mesmo com o preconceito inicial de Imogen.

Mas logo que seu irmão descobre, ele invade a propriedade de Agreus enquanto ele estava com ela, armado disposto a matá-lo, o que não ocorre, mas por Agreus tê-lo agredido durante a briga Imogen o convence fugir, pois diante das autoridades não haveria outro culpado senão o fauno.

Já com as fadas os propósitos são diferentes. Conhecida como Corvos Negros, trata-se de uma organização destinada a fins ilícitos, o mundo do crime para as fadas. Se for um traidor nela, o preço é a morte, sendo necessário mostrar completa lealdade ao realizar tarefas que são impostas como teste. 

A própria protagonista, Viggnete Stonemoss, após fugir da propriedade de uma das famílias mais importantes da série, Spurnrose, por causa de uma tentativa de estrupo de Ezra Spurnrose vai até um prostíbulo de fadas onde sua amiga Turmalina Larou se encontra.

Mais um detalhe desse sistema é o fato da fada que atua com criada ser objeto de satisfação sexual para o patrão que é humano. A série mostra que muitas vezes as ações cometidas por eles não são de fato crimes, pois acreditam que sempre há um motivo justificável para tal atitude e, portanto, perdoável. 

Viggnete então, após ser convencida por sua amiga Turmalina decide a não trabalhar nesse prostíbulo, e por um contato de Turmalina, ela se junta aos Corvos Negros, cometendo sua primeira infração roubando a bandeira da polícia.

Sendo apaixonada pelo inspetor de polícia Orlando Bloom, e ele por ela, e apesar de no início da série ele ser considerado humano, ele também foi vítima da sociedade em que vive.

Eles se conheceram durante a guerra, Viggnete e Orlando se relacionam, mas ela fica com dúvidas dos sentimentos dele por ela, pois ele é considerado "normal"  e ela não, temendo assim ele abandoná-la por ser uma fada.

Viggnete e Orlando

Ele então resolve confidencializar o crime que sofreu quando ainda era apenas um bebê. Crescendo em um orfanato após sua mãe fada que trabalhava cantora deixá-lo, ele está a mercê de um mundo preconceituoso que jamais o aceitaria.

Sendo assim, ele acaba por ter suas asas cortadas, recebendo ordens para ficar bem longe de médicos para evitar que isso fosse descoberto, pois se isso acontecesse ele perderia a única oportunidade de ser considerado normal e ter uma carreira, como assim teve.

Parece com algo que você já viu no mundo real? Um conjunto de atitudes para subir a uma classe que, apesar de invisível, ainda é o desejo de milhares de pessoas, de ser socialmente aceito.

Pois é, isso mostra o quão a série está atrelada ao sistema que nós mesmos vivemos. Ainda no final da primeira temporada, o chanceler do Burgo decide isolar todas as criaturas em um único espaço, e assim o encerramento dela é marcado por uma espécie de campo de concentração para aqueles que a sociedade não admite e não tolera, em hipótese alguma. 

Enfim, eu gostei bastante da série e estou ansiosa pela próxima temporada! Mas quero saber o que você pensa a respeito. Reflita sobre essas questões sociais da série e deixe sua opinião nos comentários, vou adorar saber seu ponto de vista!

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